Por quem tu te consomes, coração?
E somes nessas águas de arrebentação
Rolando ao sal dos sonhos, vai arrastando dores
Inaugurando mares com teu pranto de amores
Por quem te enclausuras na força das marés
E cantas sem ternura a luz dos cabarés?
Por quem tu te desvelas, coração?
E levanta as velas, vais na ventania
Sabendo do naufrágio que o tempo anuncia
Preferes a procela à paz da calmaria
Que anjo dissoluto põe tua embarcação
Na fúria dessas águas, longe da viração
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